Hoje o dia é ideal para esta reflexão: o que significa “trabalho” para você e qual posição você ocupa nesse palco gigantesco?
Talvez você tenha passado a sua infância testemunhando diariamente pais exaustos chegando em casa no final de um longo expediente, ou mães esgotadas com os intermináveis serviços domésticos. Ou talvez você tenha tido a sorte de contemplar a leveza no olhar e os sorrisos de contentamento dos seus pais que, mesmo exauridos em muitos momentos, demonstravam satisfação com o ofício que realizavam.
E, assim, o trabalho se apresenta como uma via de mão dupla: ora nos aprisiona em uma gaiola; ora nos leva para novos horizontes.
A direção ou posição que ocupamos nessa via depende da nossa coragem no enfrentamento das nossas vulnerabilidades. Depende, sobretudo, das escolhas que fazemos, e nossas escolhas dependem das nossas concepções.
Pense comigo.
Ouvimos frases do tipo “o trabalho dignifica o homem”, mas também há outras, como “o trabalho empobrece o homem” ou “quem trabalha demais não tem tempo para ganhar dinheiro”. E assim vamos internalizando crenças, muitas vezes, distorcidas e limitantes sobre esse assunto.
Certamente, as crenças que internalizamos constroem nossos paradigmas e formam nossas concepções acerca da ideia de trabalho. Tais paradigmas ou concepções nos colocam como escravos do trabalho, engessando nossas decisões e limitando nossas realizações profissionais, ou nos torna protagonistas diligentes e visionários, a ponto de exercermos funções que nos despertam para a realização de propósitos que atribuem mais sentido à vida. E o que mais atribui sentido à nossa existência é fazermos o que Jesus veio a este mundo para fazer – servir com amor e excelência.
Na posição de protagonista, Jesus impactou milhares de vidas servindo com muita coragem, sabedoria, ousadia, excelência incomparável e amor incondicional. A Bíblia não relata ou descreve seu ofício como carpinteiro ao lado de José, por isso compreendemos que o trabalho do nosso Mestre se concentra no exercício de seu ministério, a partir dos seus 30 anos. Sim. Ministério também é trabalho, e há um tempo determinado para realizá-lo.
Enquanto trabalhava incansavelmente, Jesus teve como prioridade libertar as pessoas da ignorância, curar corpo e alma, e gerar transformação plena e completa em suas vidas. E todo o seu trabalho, ministério ou missão culminou no Seu propósito maior, que era e ainda é o Plano da Salvação Pessoal. No auge do seu serviço, Ele pagou um altíssimo preço. Preço de sangue. Além de proporcionar ao homem vida abundante na Terra, Ele garantiu a todo aquele que nEle crê vida eterna no Céu. Maravilhoso demais tudo isso, não é mesmo?
O que desejo frisar aqui é que Jesus muito nos ensina em vários aspectos e, inspirada em seu exemplo, se eu tivesse que atribuir um sinônimo à palavra trabalho eu diria esta – SERVIÇO. Se passarmos a maior parte do nosso tempo trabalhando com medo de errar e sem o propósito de servir, estaremos condenados a não fazer muita coisa, ou a não fazer coisa alguma que verdadeiramente gere em nós mesmos e no outro algo de valor imensurável.
Sendo assim, se desejamos nos posicionar como protagonistas no gigantesco palco do trabalho cujo propósito consiste em servir, precisamos mapear nossas crenças a esse respeito. E por que não fazê-lo a partir da reflexão inspirada no modelo de Jesus? E, ainda, na inspiração que encontramos em mais algumas frases?
Gosto particularmente destas: “Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um único dia em sua vida”, de Confúcio; “O trabalho é o sustento das mentes nobres”, de Sêneca; “O trabalho poupa-nos de três grandes males: tédio, vício e necessidade”, de Voltaire; e “O prazer no trabalho aperfeiçoa a obra”, de Aristóteles. Frases, no mínimo, interessantes, não é mesmo? Rendem muitas reflexões.
Todavia, há outras ainda mais preciosas, atemporais, carregadas de profundo significado que constam na Palavra de Deus. Vou transcrever uma parte delas aqui e tecer breves considerações.
1. “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens”. (Colossenses 3:23)
Embora nosso trabalho resulte em benefícios para o homem, nossa motivação em fazê-lo com amor e excelência está em agradar e honrar Àquele que nos capacita em tudo e nos deu todos os recursos de que precisamos para atender ao chamado que queima em nossos corações, chamado este alinhado ao propósito do trabalho que escolhemos realizar. O trabalho dos nossos sonhos. Não o trabalho dos sonhos dos nossos pais. Não o trabalho que nos restou ou que nos foi imposto.
2. “O que as suas mãos tiverem que fazer, que o façam com toda a sua força, pois na sepultura, para onde você vai, não há atividade nem planejamento, não há conhecimento nem sabedoria”. (Eclesiastes 9:10)
Enquanto temos o fôlego da vida, nosso trabalho é servir. E, de acordo com a Bíblia, “maior é aquele que serve”. Enquanto estivermos aqui nesta Terra, não devemos economizar esforços quando o propósito é, de alguma forma, gerar o bem ao próximo por meio do nosso trabalho.
3. “Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e os seus planos serão bem-sucedidos”. (Provérbios 16:3)
Essa promessa muito nos anima e nos conforta. Uma das decisões mais sábias é consagrar ao Senhor o nosso trabalho, dedicar a Ele os recursos que Ele mesmo nos deu, na certeza de que, de acordo com a Sua boa, agradável e perfeita vontade, seremos bem-sucedidos em nossos planos, nossos projetos, nossos empreendimentos, nosso trabalho.
4. “Quando ainda estávamos com vocês, nós ordenamos isto: Se alguém não quiser trabalhar, também não coma. Pois ouvimos que alguns de vocês estão ociosos; não trabalham, mas andam se intrometendo na vida alheia. A tais pessoas ordenamos e exortamos no Senhor Jesus Cristo que trabalhem tranquilamente e comam o seu próprio pão”. (2 Tessalonicenses 3:10-12)
Os que não ocupam seu tempo e sua mente com um trabalho que os preencha de realização profissional tendem a encontrar maior contentamento em fofocar ou se intrometer na vida de outras pessoas. Enquanto “cuidam” da vida de outras pessoas, deixam de cuidar da própria vida, abrindo espaço para a chegada e permanência da escassez. A falta de condições para adquirir a própria alimentação básica é uma parte do poder destrutivo do ócio.
5. “Observe a formiga, preguiçoso, reflita nos caminhos dela e seja sábio! Ela não tem nem chefe, nem supervisor, nem governante, e ainda assim armazena as suas provisões no verão e na época da colheita ajunta o seu alimento. Até quando você vai ficar deitado, preguiçoso? Quando se levantará de seu sono? Tirando uma soneca, cochilando um pouco, cruzando um pouco os braços para descansar, a sua pobreza o surpreenderá como um assaltante, e a sua necessidade sobrevirá como um homem armado sobre você”. (Provérbios 6:6-11)
Sem dúvida, temos aí uma dura exortação para os preguiçosos. Mas há também uma esperança. A reflexão que gera ação pode transformar um preguiçoso em alguém sábio, e a partir daí uma nova história pode ser escrita. Uma história de realização e sucesso. Um pouco mais adiante dessa passagem encontramos outra que lhe serve de complemento:
6. “As mãos diligentes governarão, mas os preguiçosos acabarão escravos”. (Provérbios 12:24)
Fomos chamados para governar, não para o oposto disso. E somente diligentes conseguem se posicionar como governantes. A preguiça escraviza o homem no ócio destrutivo, corrompe e corrói a força da nossa verdadeira identidade, a identidade de filho(a) amado(a) do nosso Deus. Esse posicionamento foi uma ordem dada a nós pelo nosso Criador (Gênesis 1. 26-28). Portanto, não há lugar para a preguiça no ambiente dos que assumem sua identidade original e governam diligentemente.
Por fim, Aquele que nos ensinou a governar e a servir é a nossa maior e eterna inspiração para fazermos o mesmo e, na via de mão dupla que temos adiante na jornada chamada trabalho, a decisão mais sábia é honrar, com determinação e amor, a ordem e a identidade que recebemos do nosso Criador. Lembrando que governantes que servem com amor não lançam a mão do arado, não importa o tamanho dos desafios. Venha a luta que vier, trabalhamos com o propósito de transformar o mundo, porque o Amor nos alcançou e já começou a transformação em nós.
Com base nessa reflexão, eu diria que trabalho significa: posicionar-se como protagonista da nossa história, servindo com amor e governando com o propósito de gerar algum tipo de transformação na vida das pessoas.
Vale lembrar. Ainda que realizando o trabalho dos nossos sonhos, é natural que a exaustão física, emocional e mental chegue em alguns momentos de nossas vidas, afinal, somos humanos. É óbvio que necessitamos de descanso – e o merecemos. O descanso ou desfrute também é uma ordem divina, inclusive.
E então, o que significa “trabalho” para você e qual posição tem ocupado nesse palco gigantesco?
Pense sobre o descanso que você precisa e sobre o conceito de trabalho que você carrega. Talvez você esteja suportando um fardo pesado demais acerca do trabalho que realiza, e é o seu dever torná-lo mais leve. Seja mudando de atividade, alinhando seu trabalho aos seus valores e propósitos, seja mudando suas crenças, paradigmas e perspectivas a esse respeito. Ou talvez você só precise mesmo é de um tempo para recarregar suas energias.
Seja como for, esteja onde estiver, faça como Jesus. Seja PROTAGONISTA e sirva com amor e excelência. Esse é o caminho da realização, do sucesso, da felicidade!
DÉBORA A. MALENTACHI
Esposa do Pr. Claudinei Malentachi e mãe de três princesas.
Professora, Revisora e Produtora de Conteúdos
Treinadora e Mentora de Mulheres
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